dezembro 16, 2009

pinto quadros...

... com teu corpo. Projecto desejos nos teus seios, molho os dedos em tintas dos prazeres que me ofereces. Traço linhas, acompanhando as curvas das tuas coxas e encontro o centro do teu mundo onde me afundo sempre que te invento. A tua pele é papel onde exprimo meus quereres. Experimento-a deslizando em óleos que te impregno, em texturas que pressinto. Apago e construo caminhos no teu corpo, com dedos empenhados em descobertas dos pontos que te fazem suspirar. Encontro vários, expostos e mais escondido, brinco com eles, faço-te gemer e derreter escorrendo em tonalidades que gritas, acordando meus sentidos. Pinto-te assim em sexo colorido em formas e conteúdo. Pinto quadros no teu corpo e procuro galeria onde te posso expor só para mim…






dezembro 07, 2009

estavas à janela...

... esperando pela lua, para te afagar os cabelo que tanto gosto de tocar. Caracóis que de derramam nos ombros e te tornam excitantemente bela. Eras quase brisa, quase sonho, quase milagre, quase princesa que encanta os sonhos meus. O teu ar altivo, imponente, à janela. Corpo que encanta quem te vê, ou não vendo te imagina e te quer tocar… toquei-te, à janela, não resistindo a brisa perfumada de desejo que me invadiu, soprada por ti. Brisa carregada de vontade, de sexo, de sussurro, de gemidos abafados por ausências que custam tanto a passar. Brinquei com os teus seios que esperavam carícias, e beijos molhados. Senti-os sorrindo quando me ofereceste, em provocações de janela, em mãos beijadas por Novembro, cinco. Cinco beijos, cinco dedos, cinco toques arrepiados, cinco penetrações sentidas, cinco orgasmos mal contados, cinco sorrisos tão belos que tu tiveste à janela.






dezembro 02, 2009

o espelho...

... tem uma cumplicidade que te reflecte, fazendo aguçar desejos, apetites. Faz-te contar histórias de corpos aos pares em danças que se tocam. Peles que deslizam em suores de mãos que os percorrem, de sexos que se tocam em lábios cheios de beijos molhados. Ao espelho, entregaste a tua inocência fingida, deixando que a outra, do outro lado, te penetrasse com dedos e língua cheios de reflexos imaginados. Tocaste a outra, viste a tua mão percorrer-lhe os seios como se fossem os teus. Eram os teus seios nos dela, era a tua boca igual à dela, era o teu sexo beijando o dela, na superfície fria do espelho. Uma dualidade quente-fria construída. Uma cumplicidade de corpos femininos que tocando-se, não se sentiam. Que se beijando, não se mordiam. Que se masturbando, em gémeos e apetecidos movimentos, só em ti provocaram escorridos que tu derramaste em gemidos, à beira daquele espelho envergonhado.