setembro 27, 2009

foste libertando...

... as roupas que te prendiam à nudez… vagarosamente, num ritual que deixava louco o casal sentado no sofá do quarto. Observavam-te seguindo os movimentos que espalhavas pela cama. Uma a uma, cada peça tinha o seu modo de despir… provocante, lânguido, húmido de prazer. Eles tocavam-se mutuamente e os gemidos da Ana excitaram-te, lamberam-te o corpo, desenharam línguas nos teus bicos cor de mel… As brisas de sexo inundaram aquele quarto devasso, batendo em ondas nas paredes que não falam. Libertas-te na última peça negra, como se de uma corrente se tratasse. Depois, e a pedido dos convidados, masturbas-te em mares molhados, com dois dedos de remares fortes e profundos…



setembro 24, 2009

à socapa no vestiário...

... apanhei-te a “fazer fitas”. Levantavas a camisola e a brisa do lago beijava-te os seios, fazendo-te arrepiar. Sorrias com um sorriso doce, daqueles que gosto de ter de ti. Daqueles que me transportam para sabores lembrados do teu corpo molhado, a escorrer. Sabores que recolho sempre que me serves os teus quentes prazeres em taças de erotismo transbordante. Daqueles que me deixam ébrio e adormecido… Ali, empurrado pela brisa, possuí-te em segundos rápidos, por entre gritos de crianças a jogar a bola e o chapinhar dos mergulhos de meninas louras seminuas, com seios balouçantes…

setembro 18, 2009

os dedos...

...são sentidos em alerta que percorrem as texturas do teu corpo. Procuram arrepios, erotismos apaixonados, sinais que te levem a pairar por entre prazeres carnais, por caminhos que conheces e exploras de olhos bem fechados. Tacteias-te, com movimentos de contornos diferentes, com velocidades definidas em manuais ilustrados. Numa aula só para mim, os teus dedos beijam demoradamente lábios lindos em gozos escorridos. Molham-te com brilhos liquefeitos reflectidos nos meus olhos e espero. Espero delicadamente pelo sabor oferecido por teus dedos que afagarão minha língua ávida de os percorrer…




setembro 16, 2009

o quadro...

...ali pendurado foi o modelo para ti. desenhaste-o com o corpo, deste-lhe cor e ousadia, colocando em visível provocação os seios que fizeste deslizar nas costas da mulher-aguarela, ali parada, indiferente. Despreocupadamente prendeu os cabelos, balouçou os corpo para nós, deixando-nos adivihar uns mamilos hirtos, desenhados à vista por lápis experiente e duro. Contou-nos aventuras clandestinas, excitou-nos com as suas histórias de pintar. Em noites de tinta escura entregava-se em coloridos gemidos de prazer, ao pintor que lhe percorria o corpo com dedos de mestre renascentista , contornando-lhe cada linha, preenchendo-lhe cada espaço. Sentimos, em contornos esbeltos e provocantes, os seus orgasmos de cores quentes. Materializando-se, salpicaram o teu corpo, escorrendo em ti com riscos de prazer. Afagaste-os docemente na tua pele arrepiada, recebeste-os, deixaste-os correr em liberdade. Assim desenhada, entregaste-te num abraço penetrado. Cheia de cor pintaste em mim o teu orgasmo há tanto tempo esboçado.




setembro 12, 2009

naquele castelo...

... sempre fora a donzela provocadora que seduzia cavaleiros com seios de lua cheia. Expostos às escondidas em rituais pagãos que sobreviviam a moral católica conquistadora do reino, despia-se em danças medievais, percorrendo o seu corpo alvo com dedos aveludados. Via-a em orgasmos que me enfeitiçavam, molhados, excitantes, irresistíveis… Eram noites que se escoavam devagar por entre os seus gemidos de prazer, ecoados em paredes graníticas imponentes. Eram noites que, em cavalgadas guerreiras, imaginava-a docemente penetrada, até ao nascer do sol. Eram noites que desejava, sempre que a madrugada teimava em aparecer… Hoje voltei. Hoje encontrei-a. Hoje a minha donzela voltou a despir-se para mim…




setembro 06, 2009

esperando...

... pela prenda ia sonhando como criança que aguarda pela chegada do dia de anos, imaginando presentes, contando dias, coleccionando insónias… De repente, em papel electrónico, enfeitado por laço com bytes coloridos, encontrei-te assim para mim… Linda, macia, sedosa, aguardando carícias molhadas de uma língua ansiosa, com sedes por matar. Foram verões imensos, delírios intensos, securas que matavam aos poucos e teimavam não acabar… Chegaste! Que bom que é voltar a beber-te devagar…